Daremos início a uma breve discussão sobre o filme, dirigido por Carol Black, "Schooling the World - The White Man’s Last Burden" que traduzido para o português significa “Escolarizando o Mundo - O Último Fardo do Homem Branco”.
Você pode encontrar o filme completo em: https://schoolingtheworld.org/viewfilm/
O documentário retrata a passagem da escola tradicional para a escola moderna, identificando a sequência de mudanças que a educação teve, ou chamado de novos significados para a relação entre escola e a educação. Esta relação transita da sabedoria para o conhecimento do conhecimento para as informações, o que vem a influenciar nas ações do ser humano. Estas ações estão diretamente ligadas ao gerenciamento do tempo e ao capitalismo em que a sociedade se encontra.
No dicionário Priberam a palavra educação, entre suas diversas definições, possui o significado de: “adquirir os dotes físicos, morais e intelectuais que dá a educação.” Exatamente assim. A partir desta, podemos refletir sobre como buscamos nos inserir na sociedade. Pois a escola é um dos Sistemas os quais pode proporcionar o mesmo. E essa busca inclui priorizar algumas questões particulares da vida do indivíduo. É importante se inserir para “somar”, “desenvolver habilidades”, adquirir, “ganhar”, entre outras peculiaridades que vem junto das oportunidades que a Escola proporciona para todos.
Você deve estar se perguntando: por que definir educação? - O documentário mostra que muitos jovens e crianças deixam suas famílias com a finalidade de buscar uma vida melhor, acreditam que com um estudo mais eficaz podem conseguir empregos melhores e obter retorno financeiro mais rápido. Deste modo, abdicam de estarem presentes com seus familiares e muitos deixam de lado sua cultura para assim se inserir em um campo ou sociedade (Sistema) desconhecido.
É retratado não somente a opinião ou paradigma do jovem que deixa sua família, mas também do líder capitalista, da orientadora da ONG que ajuda jovens a manterem sua cultura em países diferentes, dos patriarcas e matriarcas que permitem que seus descendentes deixem seu aconchego para estudarem longe. Contudo o assunto abordado nos permite dialogar sobre diferentes pontos de vista.
Em um trecho do vídeo o líder de uma escola capitalista aborda que em seu formato de educação os jovens são proibidos a falar qualquer linguagem que não seja inglês. Algo diferente disso leva a punição do aluno, o qual deve pagar em dinheiro. Ele acredita que os jovens precisam ser instigados a pensar de maneira mais rápida e que venham a desenvolver soluções mais rápidas e que venham a desenvolver soluções para o crescimento e desenvolvimento da sociedade. Sua crença é de exclusividade econômica. Quanto mais buscar informações, mais rápido é o crescimento social.
O fato é que este comportamento passa a impressão de que o Ser Humano está correndo contra o tempo. Em um trecho de vídeo o autor pergunta se não era melhor o aluno ir por si só descobrir as vegetações, os solos, os animais, em vez de pegar um livro e ler sobre isso, em uma sala de aula, onde nem sempre as condições são favoráveis ao aprendizado. Com estas ideias podemos refletir um pouco mais: os jovens são retirados do seu meio, são impostos em outras culturas, estes acabam por ter que “ler” sobre sua própria cultura em vez de “viver”? Podemos chamar de escola moderna? E a riqueza cultural que cada indivíduo tem, acaba por se dissipar neste campo capitalista.
Nas entrevistas feitas com alguns responsáveis, é possível identificar sentimentos de vazio, de inferioridade sobre aquilo que conhecem e sobre o “pouco” que dominam. Em um dos depoimentos, a responsável de um dos jovens dizia: “Eu não sei nada, vá e fale com meu filho. Ele está na décima série. Eu não sei nada, eu não entendo nada.” Por um lado exclui o indivíduo que também sabe, inclusive sabe muito sobre a sua própria cultura. E por outro, faz com que os jovens convivam com outras culturas e se enquadrem em um sistema onde é ensinado que o conhecimento pode ser dividido, pode ser dominado a favor de algo ou até mesmo do próprio Sistema.
Surge então algumas dúvidas. É esta a justiça social que buscamos? Podemos perceber a desigualdade, a perda de identidade cultural, o esquecimento do mais importante: as origens de cada um. É como se a existência deste Ser já estivesse sido cumprida naquele meio.
Contudo, temos então, a visão do responsável, do jovem que quer uma vida melhor, temos culturas diferentes, chefes capitalistas e Sistemas que demandam de uma educação, a qual precisa tornar todos Seres Humanos informados e aptos a resolver as perguntas que surgem na escola moderna. O Sistema, junto da escola, querem instigar os jovens a construírem seus pensamentos críticos, do outro a sociedade quer lucrar e crescer fazendo o uso desta crítica.
Uma frase que chama atenção é que “Se você perdeu sua história você perdeu tudo!” Partindo deste pensamento todos saem perdendo neste ciclo de quem desenvolve mais e de quem pensa mais, de quem ganha mais. Quem perde sua história perde sua cultura. Talvez a nova forma de educar não esteja focada em manter a proximidade do Ser com a sua cultura, e sim desconstruir para construir algo novo. Mas o que faremos com aquilo que perdemos ao longo do caminho? O autor chamar isso de miopia cultural, ou seja, é um termo que traz a falta de perspicácia em perceber aquilo que está na nossa frente.
Segundo (SOUZA; MONTEIRO, 2017) para os estudos Culturais, a cultura é identificada como uma manifestação heterogênea e diferenciada que não significa apenas sabedoria recebida ou experiência passiva, mas muitas intervenções ativas. Atrelado a isso não podemos dizer que migrar para as cidades aderir a uma nova sociedade cultural é a única forma de existência?
É inegável que existe uma classe dominante, produtora de conteúdo e de ideologia padronizadora. A sociedade não é harmônica e sim conflitiva, em processo se disputa permanente e a análise tanto da cultura e quanto da comunicação se constitui numa arena decisiva para a luta social e política na sociedade contemporânea e pós-moderna. Os Estudos Culturais reconhecem que existem intencionalidades de dominação por parte das Indústrias Culturais. No entanto, partem de uma visão de que existem muitos elementos intervenientes que fazem com que estas intencionalidades se realizem ou não, em partes ou integralmente.
Partindo do viés de que existe uma classe dominante, compreende-se a necessidade de manter uma cultura, quando se trata de Sistema que lutam para permanecerem os mesmos. Mas em vez de cultivar escolas que impõe culturas, proibindo jovens de manterem suas raízes, poderiam instigar as escolas a ensinarem sobre as habilidades de cada descendente de culturas diferentes. Não podemos nos contentar com jovens que dizem: “não conhecemos sobre nossa cultura”; “nós estamos atrás de dinheiro… dinheiro…”; “Sinto falta do meu lar… porque lar é lar, certo?”.
Segundo Heide, muitas vezes a forma que você impõe as coisas pode mudar uma história. Ela ainda diz que permanece nos países com o objetivo de educar as crianças sem elas perderem sua essência cultural, não é necessário impor algo, é preciso mudar as palavras que são usadas para a escolarização que vem surgindo. É melhor dizer: “tenho algumas habilidades na minha cultura que posso dividir.” Percebemos como fica menos agressivo o modo de passar adiante a educação e consideramos assim uma troca onde todos saem ganhando.
A escola não precisa limitar, é possível fazer as suas escolhas. Pergunte e você mesmo. É o que eu quero? Ou é o que a educação moderna quer? Coloque na balança. O que pesa mais? A competição com a tradição Global? Ou permanecer ensinando sobre a sua cultura? E quando pensar que isso não basta. Era isso que você queria?
Albert Einstein dizia que as plantas precisam de liberdade para se desenvolverem. E nós precisamos de liberdade para pensar em um bem comum. Você não precisa de bilhões de pessoas para significar o que é Ser Humano. Talvez seja necessário parar para refletir e traçar novos paradigmas, onde você se desenvolva e ajude alguém a se desenvolver sem perder a essência.
Se você está lendo essa resenha significa que já está pensando sobre a nova educação e as suas transformações. E como diz Tolstoi: a educação anda junto da cultura. Vamos colocar em prática!
Referências Bibliográficas
DE SOUZA, Mauro Roberto Freire; MONTEIRO, Gilson Vieira. Os Estudos Culturais: o Real Midiático, o Real Cotidiano e a Pós-Modernidade do Mundo em Rede. Revista Eletrônica Mutações, 2017, 8.15: 0141-0148.
Schooling the World: The White Man's Last Burden. Direção de Carol Black. Estados Unidos da América (EUA), 2010. Documentário Online (1:04:49 min.).
Você pode encontrar o filme completo em: https://schoolingtheworld.org/viewfilm/
O documentário retrata a passagem da escola tradicional para a escola moderna, identificando a sequência de mudanças que a educação teve, ou chamado de novos significados para a relação entre escola e a educação. Esta relação transita da sabedoria para o conhecimento do conhecimento para as informações, o que vem a influenciar nas ações do ser humano. Estas ações estão diretamente ligadas ao gerenciamento do tempo e ao capitalismo em que a sociedade se encontra.
No dicionário Priberam a palavra educação, entre suas diversas definições, possui o significado de: “adquirir os dotes físicos, morais e intelectuais que dá a educação.” Exatamente assim. A partir desta, podemos refletir sobre como buscamos nos inserir na sociedade. Pois a escola é um dos Sistemas os quais pode proporcionar o mesmo. E essa busca inclui priorizar algumas questões particulares da vida do indivíduo. É importante se inserir para “somar”, “desenvolver habilidades”, adquirir, “ganhar”, entre outras peculiaridades que vem junto das oportunidades que a Escola proporciona para todos.
Você deve estar se perguntando: por que definir educação? - O documentário mostra que muitos jovens e crianças deixam suas famílias com a finalidade de buscar uma vida melhor, acreditam que com um estudo mais eficaz podem conseguir empregos melhores e obter retorno financeiro mais rápido. Deste modo, abdicam de estarem presentes com seus familiares e muitos deixam de lado sua cultura para assim se inserir em um campo ou sociedade (Sistema) desconhecido.
É retratado não somente a opinião ou paradigma do jovem que deixa sua família, mas também do líder capitalista, da orientadora da ONG que ajuda jovens a manterem sua cultura em países diferentes, dos patriarcas e matriarcas que permitem que seus descendentes deixem seu aconchego para estudarem longe. Contudo o assunto abordado nos permite dialogar sobre diferentes pontos de vista.
Em um trecho do vídeo o líder de uma escola capitalista aborda que em seu formato de educação os jovens são proibidos a falar qualquer linguagem que não seja inglês. Algo diferente disso leva a punição do aluno, o qual deve pagar em dinheiro. Ele acredita que os jovens precisam ser instigados a pensar de maneira mais rápida e que venham a desenvolver soluções mais rápidas e que venham a desenvolver soluções para o crescimento e desenvolvimento da sociedade. Sua crença é de exclusividade econômica. Quanto mais buscar informações, mais rápido é o crescimento social.
O fato é que este comportamento passa a impressão de que o Ser Humano está correndo contra o tempo. Em um trecho de vídeo o autor pergunta se não era melhor o aluno ir por si só descobrir as vegetações, os solos, os animais, em vez de pegar um livro e ler sobre isso, em uma sala de aula, onde nem sempre as condições são favoráveis ao aprendizado. Com estas ideias podemos refletir um pouco mais: os jovens são retirados do seu meio, são impostos em outras culturas, estes acabam por ter que “ler” sobre sua própria cultura em vez de “viver”? Podemos chamar de escola moderna? E a riqueza cultural que cada indivíduo tem, acaba por se dissipar neste campo capitalista.
Nas entrevistas feitas com alguns responsáveis, é possível identificar sentimentos de vazio, de inferioridade sobre aquilo que conhecem e sobre o “pouco” que dominam. Em um dos depoimentos, a responsável de um dos jovens dizia: “Eu não sei nada, vá e fale com meu filho. Ele está na décima série. Eu não sei nada, eu não entendo nada.” Por um lado exclui o indivíduo que também sabe, inclusive sabe muito sobre a sua própria cultura. E por outro, faz com que os jovens convivam com outras culturas e se enquadrem em um sistema onde é ensinado que o conhecimento pode ser dividido, pode ser dominado a favor de algo ou até mesmo do próprio Sistema.
Surge então algumas dúvidas. É esta a justiça social que buscamos? Podemos perceber a desigualdade, a perda de identidade cultural, o esquecimento do mais importante: as origens de cada um. É como se a existência deste Ser já estivesse sido cumprida naquele meio.
Contudo, temos então, a visão do responsável, do jovem que quer uma vida melhor, temos culturas diferentes, chefes capitalistas e Sistemas que demandam de uma educação, a qual precisa tornar todos Seres Humanos informados e aptos a resolver as perguntas que surgem na escola moderna. O Sistema, junto da escola, querem instigar os jovens a construírem seus pensamentos críticos, do outro a sociedade quer lucrar e crescer fazendo o uso desta crítica.
Uma frase que chama atenção é que “Se você perdeu sua história você perdeu tudo!” Partindo deste pensamento todos saem perdendo neste ciclo de quem desenvolve mais e de quem pensa mais, de quem ganha mais. Quem perde sua história perde sua cultura. Talvez a nova forma de educar não esteja focada em manter a proximidade do Ser com a sua cultura, e sim desconstruir para construir algo novo. Mas o que faremos com aquilo que perdemos ao longo do caminho? O autor chamar isso de miopia cultural, ou seja, é um termo que traz a falta de perspicácia em perceber aquilo que está na nossa frente.
Segundo (SOUZA; MONTEIRO, 2017) para os estudos Culturais, a cultura é identificada como uma manifestação heterogênea e diferenciada que não significa apenas sabedoria recebida ou experiência passiva, mas muitas intervenções ativas. Atrelado a isso não podemos dizer que migrar para as cidades aderir a uma nova sociedade cultural é a única forma de existência?
É inegável que existe uma classe dominante, produtora de conteúdo e de ideologia padronizadora. A sociedade não é harmônica e sim conflitiva, em processo se disputa permanente e a análise tanto da cultura e quanto da comunicação se constitui numa arena decisiva para a luta social e política na sociedade contemporânea e pós-moderna. Os Estudos Culturais reconhecem que existem intencionalidades de dominação por parte das Indústrias Culturais. No entanto, partem de uma visão de que existem muitos elementos intervenientes que fazem com que estas intencionalidades se realizem ou não, em partes ou integralmente.
Partindo do viés de que existe uma classe dominante, compreende-se a necessidade de manter uma cultura, quando se trata de Sistema que lutam para permanecerem os mesmos. Mas em vez de cultivar escolas que impõe culturas, proibindo jovens de manterem suas raízes, poderiam instigar as escolas a ensinarem sobre as habilidades de cada descendente de culturas diferentes. Não podemos nos contentar com jovens que dizem: “não conhecemos sobre nossa cultura”; “nós estamos atrás de dinheiro… dinheiro…”; “Sinto falta do meu lar… porque lar é lar, certo?”.
Segundo Heide, muitas vezes a forma que você impõe as coisas pode mudar uma história. Ela ainda diz que permanece nos países com o objetivo de educar as crianças sem elas perderem sua essência cultural, não é necessário impor algo, é preciso mudar as palavras que são usadas para a escolarização que vem surgindo. É melhor dizer: “tenho algumas habilidades na minha cultura que posso dividir.” Percebemos como fica menos agressivo o modo de passar adiante a educação e consideramos assim uma troca onde todos saem ganhando.
A escola não precisa limitar, é possível fazer as suas escolhas. Pergunte e você mesmo. É o que eu quero? Ou é o que a educação moderna quer? Coloque na balança. O que pesa mais? A competição com a tradição Global? Ou permanecer ensinando sobre a sua cultura? E quando pensar que isso não basta. Era isso que você queria?
Albert Einstein dizia que as plantas precisam de liberdade para se desenvolverem. E nós precisamos de liberdade para pensar em um bem comum. Você não precisa de bilhões de pessoas para significar o que é Ser Humano. Talvez seja necessário parar para refletir e traçar novos paradigmas, onde você se desenvolva e ajude alguém a se desenvolver sem perder a essência.
Se você está lendo essa resenha significa que já está pensando sobre a nova educação e as suas transformações. E como diz Tolstoi: a educação anda junto da cultura. Vamos colocar em prática!
Referências Bibliográficas
DE SOUZA, Mauro Roberto Freire; MONTEIRO, Gilson Vieira. Os Estudos Culturais: o Real Midiático, o Real Cotidiano e a Pós-Modernidade do Mundo em Rede. Revista Eletrônica Mutações, 2017, 8.15: 0141-0148.
Schooling the World: The White Man's Last Burden. Direção de Carol Black. Estados Unidos da América (EUA), 2010. Documentário Online (1:04:49 min.).
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