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Ética Nas Relações Familiares


COMPORTAMENTOS FAMILIARES ATRAVÉS DE NOVAS PERSPECTIVAS

Como aborda a IV Jornada de Psicologia do Campus ULBRA São Jerônimo de 2018, o tema sobre a Ética, nada dispensaria o “vamos falar sobre ética” na família. Tema em questão na disciplina de Relações Familiares. Sabe-se que o contexto familiar tem sofrido alterações e soma de papéis sobre seus integrantes cada vez mais rápido devido às transformações sócio-culturais. Mudanças causadas pelas novas tecnologias, as quais geram novos paradigmas sobre os comportamentos, possíveis de serem repensados e discutidos.
A ética, teoricamente é definida em primeira estância pela filosofia. Mas há outras áreas históricas e científicas que assimilam novas opiniões sobre a definição de ética. Boff (2017) define a ética a partir do ethos, o qual, em grego significa conjunto de princípios que guiam o comportamento humano no sentido de ser livre, ser consciente e ser responsável a partir das suas ações. Contudo, o círculo familiar envolve um determinado ‘grupo’ de indivíduos que possuem suas opiniões e regras próprias e de algum modo procuram universalizar o resultado através do seu ethos, ou seja, experiências que vivem, com fracassos e sucessos, os quais logo podem ou não ter a intuição de querer aplicar sobre os próprios membros da família, inconsciente ou consciente.
As famílias tem se apresentado sobre novas perspectivas de comportamentos. Como discutido na Jornada, o ser humano se encontra inserido sobre um grande grupo o qual a prática de ações individuais deve ser analisada para assim ser repassada de maneira benéfica para ambos os indivíduos. Como visto, a transformação se aplica sobre todas as relações humanas e grupais, a família já não é apenas a clássica tríade: mãe, pai e filho. Podemos abordar a mesma situação, que os palestrantes trouxeram, a qual os psicólogos se encontram sobre ‘até onde o paciente pode ir?’. É uma metáfora que pode ser replicada nas relações familiares atuais.
Com a facilidade da aproximação, a qual as tecnologias proporcionaram, houve o encorajamento para externar alguns comportamentos. Comportamentos que deveriam permanecer em família tendem a abrir um caminho para serem universalizados sem a análise correta sobre o resultado dessa ação, que logo, interferem nas relações interpessoais comprometendo os limites, bem e mau, certo e errado.
Antigamente a relação pai e mãe, papel que dois indivíduos independentes do sexo devem desenvolver na família, era tido como um círculo muito fechado onde os assuntos pertenciam somente a ambos. Os filhos tinham suas combinações, mas jamais poderiam deixar seus pais de fora. Pai e mãe, metaforicamente, eram como Deuses, detinham tudo no controle. Era uma questão de comportamentos criados a partir da cultura da época, os quais detiveram influência sobre a ética.
Existiam as ‘estórias’ ou acontecimentos familiares que de maneira alguma poderiam ser mencionados fora do contexto onde se dizia respeito somente aquele grupo. Muitas vezes era questões relacionadas também a violência familiar, históricos de doenças hereditárias e/ou genética, as quais também possuíam indivíduos na família os quais a sociedade nem imaginava existir. Somente depois de muito tempo a sociedade passaria a conhecer os verdadeiros fatos sobre determinadas famílias. Isso porque a família clássica detinha seus valores que não poderiam ser ‘alterados’ por pessoas não pertencentes à família ou não podiam ser dignos de influências fora do padrão familiar estabelecido.
O novo contexto familiar se apresenta a partir de questões que deixaram de ser somente da família biológica. E logo, a ética passou a concordar com novos conceitos muitas vezes lutando para manter antigos padrões e adaptando os mesmos. Hoje, a família é considerada desde o amigo estrangeiro das redes sociais que não se conhece ainda até os animais de estimação que a mesma possui. É amplo o grupo que envolve a rede familiar na atualidade.
Com essa rede familiar algumas ações passaram a não existir ou foi reestruturada para assim ser praticada de outras formas. As questões de como criar os filhos sobre assuntos pertinentes somente ao casal, ou filhos que não dividem sua vida ‘particular’ mesmo ainda sendo menor de idade, assuntos sobre sexualidade com adolescentes passa a acontecer mais entre amigos do que entre a família, a violência intrafamiliar tem sido discutida com maior frequência por órgãos de ajuda, entre outros aspectos que a nova natureza familiar induziu o contexto de ética a trabalhar mais e adaptar algumas ações.
Por fim a ética intrafamiliar sofreu alterações, sendo que a necessidade do universalismo das atitudes individuais se deu a partir do novo período em que a cultura social se encontra. A sociedade evolui e novos comportamentos surgem, novas problemáticas, novas ações, novas colocações de limites e novos valores individuais. E a adaptação das famílias sobre essa mudança comportamental tem se encontrado em apuros. A partir disso, será que podemos dizer que a ética é uma ferramenta de época para manter o equilíbrio do comportamento humano e o “estar em bem comum com todos”? Isso pode implicar em novas maneiras da família procurar ajuda para resolver seus impasses.

Referências Bibliográficas

BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano-compaixão pela terra. Editora Vozes Limitada, 2017.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. O sistema da vida ética. Leya, 2018.

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