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Neurofisiologia da Ansiedade



ANATOMIA DA ANSIEDADE


Como mostra no livro de Daniel Freeman & Jason Freeman e no DSM IV, ansiedade possui varias definições, mas o DSM IV considera que ansiedade e o medo se sobrepõem, mas sempre deixando em destaque que a ansiedade está associada à tensão muscular, a vigilância em preparação para o perigo que poderá vir a acontecer e a comportamentos de cautela e esquiva.
Todavia quando o Ser Vivo se depara com seu objeto de medo ele pode vir a apresentar reações fisiológicas comuns da ansiedade como estomago agitado, olhos arregalados, sudorese, gagueira, entre outras reações. A neurobiologia iniciou pesquisas baseadas nessas reações para descobrir o que acontece, quimicamente e fisiologicamente falando, com o cérebro diante da ação da ansiedade. É o que mostra no livro de Daniel&Jason Freeman, que o sistema límbico do cérebro exerce papel fundamental na produção de emoções, da qual a ansiedade está inserida. Também mostra que parte do encéfalo frontal, que se encontra em torno do tronco encefálico, tem a função de fazer uma breve avaliação pré-consciente de situação e ajuda a determinar qual emoção é adequada para a ação que o Ser Vivo se depara no momento.
 A região das amígdalas cerebelosas, mais especificamente, é responsável pelas reações de medo, isso porque elas servem como fonte de memórias do medo inconsciente e este medo pode levar a ansiedade sem deixar o Ser Vivo saber por que sente a mesma.
No livro os irmãos Freeman descrevem o processo amplo do funcionamento da amígdala. O qual se mostra da seguinte forma: a amígdala recebe informações secundárias de regiões sensoriais específicas do tálamo, informações principais de regiões específicas do córtex cerebral e ainda informações do hipocampo em relação à situação geral no momento da situação criada em torno do Ser Vivo, por exemplo, uma apresentação de trabalho acadêmico. Em virtude desse contato a amígdala é capaz de processar a importância emocional tanto de estímulos individuais quanto em situações complexas, avaliando o significado emocional e agindo de modo defensivo diante da ação estabelecida– através do hipotálamo elas podem ainda influenciar o sistema nervoso autônomo resultando nas reações como temperatura corporal, respiração, batimentos cardíacos, na fala e entre outros fatores que interferem no sistema físico. O caminho da ação da amígdala sobre o estímulo externo se mostra na imagem a seguir.


Figura 1- material retirado do livro de Neuropsicologia Básica, Maria Aparecida Domingues de Oliveira, pág127.

A ansiedade é fruto de um sistema estritamente complexo que envolve desde os lobos frontais até a insulina. Quando nos sentimos ameaçados automaticamente nos preparamos para a ação, seja ela luta fuga ou esquiva; desde então a amígdala libera um hormônio liberador de corticotrofina que por sua vez libera hormônio do estresse ajudando na preparação para tais ações físicas. Além disso, a ansiedade pode deixar as amídalas cerebelosas hiperativas, os lobos frontais hipoativos e pode vir a prejudicar o hipocampo, diminuindo o mesmo e prejudicando as memórias de curto prazo, resultando no chamado “tive um branco”, o que acontece muito com acadêmicos diante de apresentações e provas.
Conclui-se que entender o funcionamento da fisiologia patológica é importante para a ajuda do Ser Vivo e que essa nova ciência que surge – a neurociência – tem sido a base para a resolução dessas patologias, ou seja, é uma ajuda mais precisa sobre as mesmas. E o mais importante, a neurociência permite trazer as diferenças neurobiológicas e fisiológicas de cada Ser Vivo diante da patologia, observado que tal transtorno pode afetar cada um de modo diferente devido às reações químicas do cérebro serem diferentes para cada Ser Vivo.



Referências Bibliográficas

American Psychiatry Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders - DSM-5. 5th. Ed. Washington: American Psychiatric Association, 2013.

Freeman, Daniel&Jason-  Ansiedade: o que é, os principais transtornos e como tratar. Cpyrhigt2012. Ed.1-2014/l&pm. 200p. ISBN9788525431882.


Oliveira, Maria Aparecida Domingues- Neuropsicologia básica. Canoas: Ed. ULBRA, 2005. 244p. CDU616. 8:159.9-ISBN85-7528-132-1.

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